EU E O OUTRO

Violência Doméstica

A violência doméstica é o ato de infligir sofrimento físico, psicológico, sexual ou económico, no seio de um relacionamento (seja casamento ou namoro, entre pessoas do mesmo sexo ou não, em pessoas idosas, adultas ou crianças). Pode incluir vários tipos de violência, desde os abusos físicos (ex. bater, empurrar, esmurrar, pontapear), sexuais (ex. forçar o parceiro a ter relações contra a sua vontade), à intimidação e perseguição. A violência psicológica inclui ameaças, injúrias, difamação, humilhação e controlo da vida social e/ou financeira da vítima.

Frequentemente as pessoas questionam-se acerca do porquê das vítimas não saírem das suas relações quando sujeitas a tais maus tratos. Geralmente, a violência doméstica segue um "ciclo vicioso", composto por três fases circulares que se vão repetindo ao longo do tempo:

  • Aumento de tensão - acumulação de tensão no dia-a-dia, início dos abusos como ameaças e a vítima começa a sentir um perigo iminente;
  • Ataque de violência - o agressor parte para a agressão, física ou psicológica; com o tempo, estes atos vão aumentando de frequência e intensidade;
  • Lua-de-mel - pedido de desculpa por parte do agressor, tratando a vítima com carinho e fazendo promessas de mudança.

Com o passar do tempo, a fase de tensão e de lua-de-mel podem ir-se desvanecendo e a violência ser cada vez mais intensa, e em situações extremas pode levar ao homicídio. Este ano de 2019, em apenas 4 meses, já morreram 14 pessoas, vítimas de violência doméstica, o que nos alerta para a gravidade desta problemática.

Neste ciclo, muitas vezes a vítima acredita que o agressor pode mudar e deixar de ser violento, tem medo de terminar a relação, seja pela possível reação do agressor ou por algum tipo de dependência (económica, emocional). Noutros casos, a pessoa tende a desvalorizar ou não reconhecer certos comportamentos como agressivos ou até sentir vergonha de pedir ajudar e se assumir perante os outros como vítima de violência doméstica.

A violência doméstica é um crime público! Isto significa que qualquer pessoa que tiver conhecimento de uma situação destas pode denunciar a situação. Qualquer um pode ser vítima, independentemente da idade, sexo, orientação sexual, estado civil, estatuto social, formação ou religião. Se for vítima de violência doméstica, deve procurar ajuda. É importante falar sobre a situação pela qual está a passar para obter o apoio que necessita. Acima de tudo, tem direito a uma vida sem violência!

Bibliografia: https://apav.pt/vd/


Assertividade

A comunicação com os outros pode assumir variadas formas. Uma delas é a assertividade, palavra que vem do termo latim assertus, que significa afirmar. A assertividade é uma forma de comunicação objetiva, direta e transparente. É a capacidade para defender os direitos pessoais e expressar pensamentos, sentimentos e crenças de forma apropriada e honesta. A assertividade pode ser considerada como um estilo de resposta intermédio dentro de um espetro de comunicação, que varia entre a passividade e a agressividade.

Num dos extremos encontra-se a passividade, caracterizada pela incapacidade de expressar a opinião e necessidades, permitindo que os outros violem os seus próprios direitos. É comum pessoas mais passivas hesitarem nas suas respostas, justificarem-se repetidamente, pedirem desculpa muitas vezes, autodepreciarem-se, evitarem olhar diretamente para os outros e manifestarem mais ansiedade, tendo como objetivo evitar conflitos.

Por outro lado, as pessoas que respondem com agressividade ignoram os interesses e direitos dos outros, tendo como foco os objetivos e opiniões do próprio. Raiva, ameaças, insultos, tom elevado de voz, interrupções, sarcasmo e acusações estão muito presentes neste tipo de resposta.

Em contraste, a resposta assertiva respeita os direitos do próprio e dos outros. Como pode pôr em prática este estilo de resposta?

  • Utilizar frases curtas e diretas, com firmeza e segurança, sem rodeios que possam criar dúvidas na interpretação;
  • Escutar o outro, respeitar a sua opinião e mostrar que entende como ela se sente;
  • Elaborar questões abertas (como "O que pensas sobre...?");
  • As sugestões e críticas construtivas devem centrar-se na ação do outro (o que pode efetivamente fazer para melhorar) e não na sua culpabilização (o que fez de errado);
  • Utilizar frases que comecem com "Eu" que manifestem os seus pensamentos, sentimentos, opiniões e necessidades ("Eu sinto que... Eu preciso... Eu considero que... Eu penso...");
  • Dizer não quando achar que o deve fazer e é necessário;
  • Dar a sua opinião quando lhe é pedido, evitando expressões como "Não sei. Escolha você. Para mim é igual".

Ser assertivo traz muitas vantagens, desde a melhoria da comunicação, maior satisfação no local de trabalho, aumento da autoconfiança e autoestima, maior capacidade para atingir os objetivos, obtenção de mais respeito e confiança por parte das outras pessoas e ainda relacionamentos mais honestos e com maior satisfação.

Bibliografia: https://treinointeligenciaemocional.com/8-desafio-2017-assertividade/

https://www.evolucaopessoal.com.br/assertividade-o-que-e-e-como-adota-la

Cuidadores Informais

O Cuidador é toda a pessoa que assume como função a assistência a uma outra pessoa que, por razões diferenciadas, foi atingida por uma incapacidade, de grau variável, que não lhe permite cumprir, sem ajuda de outro, todos os actos necessários à sua existência, enquanto ser humano. Os cuidadores informais são maioritariamente familiares da pessoa que cuidam (esposas ou filhas/noras); têm idades entre os 45 e os 55 anos (no caso de filhas/noras), ou 65 anos ou mais (no caso de esposas); residem com a pessoa de quem cuidam; apresentam baixa escolaridade; prestam cuidados durante quatro ou mais horas; auferem, potencialmente, baixos rendimentos.

Cuidar de alguém com Demência acarreta exigências físicas e emocionais elevadas. À medida que a necessidade de cuidados à pessoa aumenta, vai precisar de despender mais tempo e energia. É importante cuidar de si mesmo, caso contrário irá sentir-se muito desgastado.

Por isso é importante aprender a gerir o stress uma vez que melhora o seu bem-estar e pode também ter um impacto positivo no seu papel de cuidador. Assim deve:

  • Fazer uma programação consistente das atividades diárias;
  • É importante lembrar-se de que a pessoa com Demência não tem determinados comportamentos de propósito e que a doença está a afetar as suas emoções e comportamentos;
  • Aprenda o máximo possível sobre a Demência e incentive os seus familiares a fazê-lo também;
  • Fale sobre as situações com a família, amigos e outras pessoas que estão numa situação semelhante;
  • Cuide de si mesmo, controle a sua dieta, faça exercício físico regular e mantenha os seus contactos sociais e estilo de vida;


É muito importante que continue a fazer as atividades que lhe dão prazer. Além de prestar cuidados à pessoa, as famílias e os cuidadores têm o direito de realizar os seus próprios interesses. Na verdade, é essencial que o façam. Uma pessoa que faz pausas regulares é um melhor prestador de cuidados.

Frequentemente os familiares e cuidadores de pessoas com Demência costumam experienciar vários sentimentos, como: culpa, tristeza, perda e raiva. Cuidar de alguém com Demência pode ser muito gratificante, mas também pode ser muito difícil, desgastante, solitário e, às vezes, avassalador.

Culpa

É bastante comum sentir-se culpado, culpado pela forma como a pessoa com Demência foi tratada no passado, culpado por se sentir envergonhado pelo comportamento estranho da pessoa, culpado por perder a calma ou culpado por não querer a responsabilidade de cuidar de um pessoa com Demência. Se a pessoa com Demência for para um hospital ou para um lar residencial, poderá sentir-se culpado, apesar de ter feito tudo o que podia, por não ter conseguido mantê-la em casa por mais tempo. É comum sentir-se culpado por ter feito promessas passadas, tais como "Eu vou sempre cuidar de si", e depois não as ter conseguido cumprir.

Tristeza e perda

A tristeza é uma resposta emocional à perda. Se alguém próximo desenvolver Demência, somos confrontados com a perda da pessoa que conhecíamos anteriormente e da relação que tínhamos com ela. As pessoas que cuidam dos cônjuges podem sentir tristeza por existir uma perda do futuro que planearam compartilhar. A tristeza é um sentimento muito individual e as pessoas podem senti-la de formas diferentes, em alturas diferentes.

Raiva

É natural sentir-se frustrado e zangado, zangado por ter de ser um cuidador, zangado com os outros que não estão a ajudar, zangado com a pessoa com Demência devido aos seus comportamentos difíceis e zangado com serviços de apoio.

Em algumas situações, as repercussões negativas podem evoluir para um quadro denominado por sobrecarga, que é entendido como um estado psicológico resultado da combinação do esforço físico, da pressão emocional, das limitações sociais e das exigências económicas que surgem ao cuidar de uma pessoa com dependência.

O que fazer?

  • Procurar mais informação para melhor saber lidar e de forma eficaz com as tarefas relativas ao cuidar (recorrer ao centro de saúde, projectos locais, materiais informativos/workshops);
  • Disponibilizar tempo para si próprio;
  • Reforçar as suas redes sociais (família e amigos);
  • Distribuir algumas tarefas por pessoas que também estão próximas da pessoa cuidada;
  • Planificar o trabalho e a vida familiar;
  • Definir períodos de descanso e lazer;
  • Verbalizar os sentimentos e emoções que possam surgir;
  • Recorrer a apoio emocional, junto de técnicos especializados ou de grupos de ajuda.


Procurar ajuda externa é importante para as pessoas que cuidam de alguém com Demência. Os médicos, psicólogos têm experiência em ajudar pessoas que estão a cuidar de outros.

Bibliografia: https://alzheimerportugal.org/pt/

Sousa, F. (2004). EUROFAMCARE National Background Report for Portugal. Disponível em: https://www.uke.de/extern/eurofamcare/documents/nabares/nabare_portugal_rc1_a5.pdf.

Perda e Luto

A dor e o sofrimento gerados pela perda de um ente querido, de um amigo, de alguém de quem se gosta, são normais nos meses que se seguem a esse acontecimento. Por sermos todos diferentes e reagirmos de forma diferente aos acontecimentos não existe uma forma correta de fazer o luto e de superar a perda de alguém. Perante a morte são diversos os sentimentos, pensamentos, emoções, sintomas que pode experienciar variando estes de pessoa para pessoa. 

O luto leva tempo e nos meses/anos que se seguem é possível vivenciar momentos em que se sente mais em baixo ou momentos em que se sente melhor.

Com o passar do tempo torna-se mais fácil continuar a sua vida, especialmente com o passar dos primeiros seis meses após a perda, vivenciando, gradualmente, mais momentos em que se sente bem, do que momentos em que se sente mais em baixo. 

Contudo, pode não ser capaz de lidar com esta dor e recuperar o ritmo da sua vida, podendo isto levar ao desenvolvimento de problemas de saúde mental como a depressão, a ansiedade e até pensamentos suicidas. Nestes casos, é importante procurar um profissional que o ajude a retomar a sua vida.

Fonte: 1


Dificuldades Relacionais/Sociais

O ser humano vive em constante relação com os outros, e por isso, desenvolve ao longo da vida, determinados padrões na forma como se relaciona e interage, bem como na forma como investe e desinveste emocional e afetivamente nas relações.

Como em qualquer outra característica do nosso funcionamento, existem ou surgem, por vezes, dificuldades/problemas nesta área, podendo estas dificuldades ser de vários tipos como: a dificuldade em construir relações; dificuldade em ter um comportamentos social adequado/saudável; o isolamento social; a ansiedade social; sentir-se só rodeado de pessoas; ou ter comportamentos nocivos para com os outros.

Este tipo de dificuldades podem ocorrer ao longo de todas as etapas da vida e na maior parte das vezes dificultam constantemente a forma como se estabelecem, mantêm e vivenciam as relações com os outros, acabando por ter efeitos em outras esferas da vida. Podem ainda estar presentes e dificultar a vivência nos diversos contextos sociais em que nos inserimos como o trabalho, a família, ou a escola. 

Neste sentido, é importante a procura de ajuda junto de profissionais competentes para que consiga lidar melhor com aquilo que lhe está a causar sofrimento nesta área. 

Fonte: 1

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