EU E A ESCOLA

Recusa em ir à escola

O comportamento de recusa em ir à escola afeta muitas crianças em idade escolar. Se tem filhos, certamente já os ouviu dizer "Não quero ir à escola!", o que em si pode não constituir um problema se for momentâneo e não o afetar de forma significativa. No entanto, quando a criança apresenta grande relutância e ansiedade em ir à escola, e até mesmo pânico, e este comportamento se repete várias vezes, podemos estar perante uma dificuldade que necessita de intervenção psicológica.

A recusa em ir à escola é acompanhada por medo e preocupação (ex. choro e birras), dificuldades no sono (ex. pesadelos), sintomas como dores de barriga, dores de cabeça, febre e vómitos, sem uma justificação médica, sendo estes mais habituais de manhã (na hora de ir para a escola).

Podem existir vários motivos que levem à recusa em ir à escola. A criança pode estar a sofrer de rejeição ou bullying por parte dos seus colegas, pode apresentar dificuldades de aprendizagem e/ou atenção, pode ter ansiedade de separação dos pais ou figuras cuidadoras, ou pode ter ocorrido uma mudança recente e significativa na sua vida (ex. morte de familiar, mudança de escola). É necessária uma avaliação atenta para compreender as causas do comportamento de recusa em ir à escola e a intervenção de um psicólogo pode ajudar a criança a ultrapassar esta dificuldade.

Algumas dicas úteis:

  • Não castigue o seu filho por não querer ir à escola. Em vez disso, fale com ele aberta e calmamente, e tente compreender as razões da recusa escolar;
  • Não subestime o sofrimento da criança. Transmita segurança e disponibilidade para falarem sobre os seus medos e sentimentos
  • Fale com o professor, de forma a compreender melhor o comportamento da criança, e de que forma podem superar o problema juntos;
  • Gradualmente, incentive o seu filho em ir à escola, mostrando-lhe as vantagens e aspetos positivos

Fontes: https://www.oficinadepsicologia.com/nao-quero-ir-para-a-escola/

https://www.itad.pt/tratamento-de-psicologia/recusa-escolar/


Disortografia e Disgrafia

A disgrafia é uma perturbação de tipo funcional que afeta a qualidade da escrita da criança, no que se refere ao seu traçado ou à grafia. A criança com disgrafia apresenta uma escrita desviante em relação à norma, isto é, uma "caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas. Obviamente que uma criança em processo de aprendizagem da escrita apresenta, naturalmente, dificuldades no traçado das letras.

As causas mais habituais da disgrafia são causas motoras, no entanto existem outros factores como perturbações da leteralidade, factores de personalidade, factores psicoafectivos, orientação deficiente do processo de aquisição de destrezas motoras; ensino rígido e inflexível.

Sintomas:

  • Postura gráfica incorreta;
  • Forma incorreta de segurar o lapis e dificuldades na sua preensão e pressão;
  • Letras desligadas, sobrepostas e ilegíveis;
  • Desorganização das formas das letras (tamanho pequeno ou grande), escrita alongada ou comprida.

Disortografia pode ser definida como conjunto de erros de escrita que afectam a palavra mas não o seu traçado ou grafia (processos cognitivos subjacentes à composição de textos e erros ortográficos).

As dificuldades centram-se na organização, estruturação e composição de textos escritos; a construção frásica é pobre e geralmente curta, observa-se a presença de múltiplos erros ortográficos e por vezes má qualidade gráfica."

Causas

  • Deficiências na percepção e na memória visual e auditiva deficiências a nível espácio - temporal
  • Défice ou imaturidade intelectual
  • Problemas de linguagem
  • Deficiente conhecimento e utilização do vocabulário
  • Baixo nível de motivação

Bibliografia: https://dislexia.pt/comorbilidades/disortografia-disgrafia/

https://www.ciec-uminho.org/documentos/ebooks/2307/pdfs/8%20Inf%C3%A2ncia%20e%20Inclus%C3%A3o/Dislexia.pdf

Dislexia e Discalculia

A dislexia é uma perturbação da linguagem que se manifesta na dificuldade de aprendizagem da leitura e da escrita, ou seja, na dificuldade de distinção ou memorização de letras ou grupos de letras, e problemas de ordenação, ritmo e estruturação das frases. Afeta tanto a leitura como a escrita.

A dislexia é talvez a causa mais frequente do baixo rendimento e do insucesso escolar e é também a perturbação mais frequente entre a população escolar. Em Portugal a percentagem de crianças com dislexia é de 5,4%.

Alguns sinais de Alerta:

  • Iniciação tardia à soletração, à leitura e à escrita;
  • Problemas de linguagem, tanto na leitura como na escrita, entre os 9 e os 11 anos de idade.
  • Leitura feita de forma lenta, sem ritmo, com leitura parcial de palavras, perda da linha que está a ser lida, confusão quanto à ordem das letras, inversões de letras ou palavras.
  • Compreensão verbal deficiente.
  • Atenção instável.
Alterações emocionais
  • Ansiedade nos momentos de avaliação ou atividades que impliquem ler e escrever;
  • Sentimento de tristeza e de frustração quando não consegue concretizar uma tarefa;
  • Baixa autoestima e sentimento de inferioridade;
  • Vergonha perante os insucessos escolares;
  • Enurese noturna;
  • Perturbações do sono.
Alguns problemas comportamentais e escolares:
  • Aparecimento de condutas típicas de etapas ou anos anteriores e perturbações psicossomáticas;
  • Comportamentos agressivos para com os colegas na tentativa de compensar o seu problema ou fracasso escolar através da popularidade;
  • Desinteresse pelo estudo;
  • Falta de motivação e de curiosidade.
É importante:
  • Ler diariamente livros em conjunto com a criança, permitindo que esta acompanhe visualmente o texto lido pelo adulto;
  • Permitir que a criança invente um final para a historia apenas pela observação das imagens.

A discalculia é uma perturbação que se manifesta na dificuldade de aprendizagem do cálculo. Esta dificuldade pode-se manifestar em vários níveis da aprendizagem (dificuldades ao nível da leitura, da escrita e da compreensão de números ou símbolos, da compreensão de conceitos e regras matemáticas, memorização de factos ou conceitos ou no raciocínio abstrato). Podem também estar associadas dificuldades em aprender a ver as horas ou lidar com o dinheiro.

Esta perturbação afeta o rendimento escolar da criança, causando ansiedade, depressão, baixa autoestima e desmotivação.

Alguns sinais de alerta:
  • Dificuldades na identificação de números (visual e auditiva);
  • Escassa habilidade para contar;
  • Dificuldade na compreensão de conjuntos;
  • Dificuldade na compreensão de quantidade;
  • Dificuldades nos cálculos;
  • Dificuldades na compreensão do conceito de medida;
  • Dificuldade para aprender a dizer a hora;
  • Dificuldade na compreensão do valor das moedas;
  • Dificuldade de compreensão da linguagem matemática e dos símbolos.
  • Contar os produtos no supermercado;
  • Contar por ordem decrescente.

É importante encorajar a criança a utilizar os números diariamente:

  • Contar os produtos no supermercado;
  • Contar por ordem decrescente.

Bibliografia: Smith, C. (2007). Dificuldades de aprendizagem de A a Z : um guia completo para pais e educadores. Porto Alegre: Artmed;

https://www.dislex.co.pt/

https://lndufmg.wordpress.com/2016/09/06/dificuldades-de-aprendizagem-da-matematica-e-memoria-de-trabalho/


Dificuldades de Aprendizagem

As dificuldades de aprendizagem (DA), estão associadas a uma vasta gama de problemas que podem afetar qualquer área do desempenho académico, são diagnosticadas quando os resultados da criança nos testes de leitura, expressão e/ou matemática estão substancialmente abaixo do esperado para a sua idade, escolarização e nível de inteligência. A criança manifesta assim: dificuldades significativas na aquisição e uso da compreensão auditiva, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas perturbações são intrínsecas ao indivíduo e devem-se, presumivelmente, a disfunção do sistema nervoso central.

Estudos indicam que o número de alunos com dificuldades de aprendizagem específicas (DAE) tem aumentado ao longo dos anos. Em Portugal a percentagem de adolescentes e adultos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) é cerca de 15%, o que equivale a cerca de 250.000 estudantes; dentro das NEE, 48% são alunos com D.A.E. Em relação à população total de alunos, os alunos com D.A.E. são cerca de 5% a 10%. Apresenta-se com mais frequência no género masculino ou seja, para cada 3 rapazes, existe 1 rapariga com dificuldades de aprendizagem.

Apresentam algumas das seguintes características:

  • Dificuldades de atenção: distrai-se com facilidade, perde rapidamente o interesse pela atividade que está a realizar, deixa frequentemente os projetos ou trabalhos a meio.
  • Dificuldades em seguir instruções: pede ajuda repetidamente, mesmo durante tarefas simples. Os enganos são cometidos, porque as instruções não são completamente entendidas.
  • Imaturidade social: age como se fosse mais jovem do que sua idade cronológica e pode preferir brincar com crianças menores.
  • Dificuldades em comunicar: tem dificuldades em encontrar as palavras certas;
  • Inflexibilidade: faz as coisas à sua maneira, mesmo quando não está a funcionar, resiste também a sugestões e a ofertas de ajuda.
  • Fraco planeamento e habilidades organizacionais: não tem qualquer sensação de tempo, chega atrasada com frequência. Se lhe são dadas várias tarefas, não sabe por onde deve começar.
  • Distração: perde frequentemente a lição, as roupas e outros objetos; esquece-se de fazer as tarefas e os trabalhos.
  • Falta de destreza: apresenta-se de um modo desajeitado e sem coordenação; pode deixar cair as coisas, pode também ter uma caligrafia péssima.
  • Falta de controlo dos impulsos: verbaliza as suas observações sem pensar, interrompe ou muda abruptamente de assunto; é impaciente.

Nem todas as crianças com D.A. manifestam as mesmas dificuldades. Podemos assim distinguir 4 Perturbações Especificas de Aprendizagem: a Dislexia; a Disgrafia; Discalculia e a Disortografia.

Podem apresentar os seguintes sinais:

  • Atraso no desenvolvimento da linguagem.
  • Atraso do desenvolvimento psicomotor.
  • Leitura feita de forma lenta, sem ritmo e com erros.
  • Dificuldade na compreensão da leitura.
  • Vocabulário reduzido.
  • Dificuldades em produzir rimas.
  • Dificuldade na descodificação grafema-fonema.
  • Dificuldades motoras na execução de exercícios manuais e de grafismos.
  • Escreve com erros ortográficos e gramaticais.
  • Dificuldade em efectuar cálculos.
  • Ansiedade e insegurança.
  • Depressão.
  • Baixo autoconceito e autoestima.
  • Comportamentos agressivos.
  • Falta de motivação e grande desinteresse pelo estudo.

Problemas associados

  • Perturbação de Hiperatividade com Deficit de Atenção.
  • Perturbação de Oposição.
  • Problemas Emocionais e Comportamentais.
  • Síndrome de Asperger.
  • Síndrome de Tourette.
As crianças com DA apresentam bastantes dificuldades na aquisição de novos conhecimentos. Por isso, é imperativo que seja realizado um diagnóstico atempado, de modo a que a criança possa ter acesso ao devido apoio e acompanhamento - escolar, familiar, psicológico e, se necessário, de terapia da fala, terapia ocupacional - o mais cedo possível.


Dicas para os pais:

  • Utilize palavras simples e concretas enquanto dá instruções à criança, demonstrando sempre o que pretende. Transmita uma instrução de cada vez, usando o reforço positivo sempre que a criança complete a tarefa com sucesso.
  • Estabeleça diariamente um horário de estudo e mesmo que não tenha trabalhos de casa, o seu filho terá de usar esse período para trabalhar em algo relacionado com a aprendizagem.
  • Trabalhe com a criança, peça-lhe que indique quando não precisa mais da sua ajuda.
  • O local de trabalho deve ser confortável, adequado e sem distracções. Permita algumas escolhas sobre o ambiente de estudo (como: ouvir musica calma, sentar-se no chão), desde que não perturbe o trabalho.

Bibliografia: Smith, C. (2007). Dificuldades de aprendizagem de A a Z : um guia completo para pais e educadores. Porto Alegre: Artmed;

https://www.appdae.net/index.html

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